A fotografia arquitetônica como expressão de memória e sensibilidade
Por Aline Saphier
Fotografar arquitetura exige mais do que domínio técnico: pede sensibilidade, escuta e um olhar que vá além das formas. É justamente nesse campo que Rogério Maranhão se destaca. Com mais de 30 anos de trajetória, ele viu na fotografia, desde cedo, uma forma de se conectar com o mundo. Ainda criança, descobriu que, ao registrar uma imagem, poderia eternizar aquilo que o encantava. O que começou como curiosidade virou profissão e, com o tempo, sua assinatura visual passou a ocupar as páginas das principais revistas de arquitetura e design do país, como a própria Casa Vogue.
“Me encantei na hora. Era diferente de tudo. Eu tinha o controle da luz, do objeto, do espaço. Ali eu sabia que podia imprimir meu olhar por inteiro”, conta Rogério, ao lembrar do seu primeiro ensaio de arquitetura, em 2004. Antes disso, havia mergulhado no universo da moda e, mais tarde, passou a percorrer o Brasil para registrar ambientes autorais. “Não existe projeto feio, existe projeto com identidade. E é isso que busco traduzir: o que há de único, de pessoal, de memória acumulada”, pontua.
A abordagem de Rogério é construída sobre intuição, bagagem e respeito à história de cada espaço. “Minha responsabilidade triplica quando entendo que a imagem que produzo será a forma como aquele projeto será lembrado. Uma boa fotografia pode enaltecer ou comprometer a percepção sobre o trabalho de um arquiteto. É o olhar que define”, explica. Para ele, a imagem deve valorizar o que há de mais forte no projeto: o DNA do profissional e a personalidade de quem habita o espaço.
Com técnica apurada e paixão evidente, ele se projeta como um artista que enxerga beleza onde muitos não veem. “Fotografia, para mim, é como beber água. É natural, é vital. E quando feita com verdade, ela toca. Ela fala”. Em um tempo em que a estética muitas vezes se sobrepõe à intenção, Rogério Maranhão segue firme no propósito de construir imagens que contem histórias com verdade, sensibilidade e alma.
SERVIÇO:
ROGÉRIO MARANHÃO
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